PROGRAMA EDUCATIVO LINHAS

O programa de atividades educativas que nos propomos desenvolver é dirigido aos diferentes públicos, tendo em conta as diversas faixas etárias e os seus interesses particulares. Procura uma aproximação teórica e prática, transversal, às práticas artísticas contemporâneas representadas por cada uma das três estruturas: as artes visuais, a música / o som, as artes performativas / teatro.

Entendemos este programa como mediador, eventual detonador, entre a arte e as pessoas desejando contribuir para aproximações variadas à arte, ao conhecimento.

Valorizamos o encontro pessoal, único e imprevisível com a obra de arte mas não prescindimos do exercício da conversa a partir e sobre ela, lembrando sempre que o objeto artístico está para além de qualquer discurso, é sempre outra coisa. A conversa é também aqui entendida como exercício de cidadania, de tomada e afirmação do espaço público.

Promovemos olhares múltiplos sobre a contemporaneidade, através da experiência multidisciplinar da arte (entre as artes visuais, a música, o teatro...), e a familiarização com as práticas artísticas do nosso tempo que possam contribuir para uma maior disponibilidade perante a diversidade. Que a estranheza possa ser impulsionadora da curiosidade e

do exercício crítico, ou seja, da análise séria porque fundamentada, e não se fique pela frequente reação de rejeição perante o que não se conhece. Partimos do território, da cidade, do seu património histórico, instituições e programações culturais, e estabelecemos pontes entre a contemporaneidade e o passado porque é nossa convicção de que se implicam mutuamente e de que esta permanente ‘contaminação’ é saudável, profícua e incontornável. Tomam-se aqui as produções humanas, em particular as artísticas, mas não só, como um palimpsesto: a ideia de que construímos sempre sobre o que os outros já construíram.

E porque a arte do nosso tempo se constrói sobre a arte de outros tempos, porque o conhecimento do passado pode permitir uma melhor compreensão do presente e a atenção ao presente pode ajudar a revelar o passado, tendo especialmente em conta a cidade e o seu reconhecimento enquanto património mundial da Unesco, deambulamos pelo território e viajamos entre (e com) tempos diversos, procurando abrir janelas para o Conhecimento e novas maneiras de olhar e entender o que nos rodeia. Não esquecendo que a obra de arte é uma realidade em si, e que nenhum discurso a pode aprisionar, exploramos também o objeto artístico enquanto documento que possibilita o acesso à complexidade da história coletiva e individual.